A Revolução nas Operações: Insights com VP do Boticário

autor

Sérgio Sampaio

27 set 2024
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22 e 23 de Outubro de 2024

Insights de liderança, networking de elite e inovações disruptivas

Nos últimos anos, o setor de Operações das empresas tem passado por grande transformação, impulsionada por avanços tecnológicos e mudanças nas demandas do mercado. E a pandemia da Covid-19 acabou atuando como um catalisador para esta evolução, ao evidenciar os desafios sem precedentes das cadeias produtivas.

As áreas de Operações — que incluem supply chain, logística e produção industrial — evoluíram então para se tornarem protagonistas dentro das organizações. E esse período de turbulência deixou um legado para os dias de hoje, destacando a importância da flexibilidade, eficiência, inovação e resiliência — pilares decisivos para toda operação de sucesso.

No entanto, o setor ainda enfrenta desafios. Em muitas companhias, as áreas de Operações se sentem subvalorizadas e/ou acabam se posicionando como uma “caixa preta” que ninguém consegue acessar.

Conversamos com o Sergio Sampaio, Vice-presidente de Operações do Grupo Boticário, que nos trouxe essas percepções após se apresentar no Pit Stop Supply Chain 2024, evento promovido pela CICLO Academy. Ele nos conta quais direcionais o setor de Operações pode adotar para mudar esse cenário e seguir rumo ao protagonismo. Confira!

A transformação de Operações: antes e depois da pandemia

Antes da crise global da Covid-19, o setor de Operações era como um “juiz de futebol”: quanto menos aparecesse, melhor. A eficiência era medida pela ausência de problemas, e a visibilidade do setor era mínima. No entanto, a pandemia mudou drasticamente esse cenário.

A interrupção nas cadeias de suprimentos globais e a necessidade urgente de adaptação forçaram as empresas a reavaliar suas operações. A logística, supply chain e produção industrial se tornaram protagonistas, e a capacidade de adaptação do setor foi testada como nunca antes.

Quatro pilares se tornaram fundamentais — e continuam decisivos no dia de hoje. É o que Sergio Sampaio chama de FEIR.

F de Flexibilidade: a capacidade de ajustar rapidamente as operações em resposta às mudanças de mercado e demandas dos consumidores.

E de Eficiência: foco em otimizar custos e processos, garantindo que cada centavo seja bem aproveitado.

I de Inovação: capacidade de desenvolver novos processos, produtos e soluções para superar desafios.

R de Resiliência: a habilidade de aprender com os desafios e emergir mais forte.

Esses fatores foram fundamentais para as empresas que conseguiram manter — e até aumentar! — sua competitividade durante a crise.

Para Sergio, uma das grandes lições neste pós-pandemia para o setor de Operações é que “você não pede relevância, você cria relevância”. Sabemos que as áreas de Operações muitas vezes ficam isoladas, o que dificulta a comunicação dos seus resultados e contribuições para a empresa. Mas há alguns direcionais que ajudam a superar esse desafio.

5 pontos para o setor de operações criar (e não pedir) relevância

1) Valor percebido

É importante que a área de operações demonstre, de forma clara e objetiva, os benefícios proporcionados pela área — e seus diferenciais. Muitas vezes, o setor se coloca em uma espécie de “caixa preta”, em que as atividades e contribuições são desconhecidas ou subestimadas pelas demais áreas da empresa.

Essa falta de transparência pode levar à subvalorização do setor. Para mudar essa percepção, é necessário tornar os processos mais acessíveis e comunicáveis, permitindo que todos na organização entendam e reconheçam o valor que a área de Operações agrega.

2) Conteúdo de qualidade

A produção de conteúdo informativo e relevante é essencial para engajar tanto o público interno quanto o externo. As áreas de Operações frequentemente se mantêm distantes das áreas de Marketing e Comercial, o que pode resultar em uma comunicação que não atende plenamente às necessidades de outros departamentos ou dos clientes.

Uma maneira de evitar isso é desenvolver materiais que sejam acessíveis e compreensíveis, fornecendo informações que agreguem valor real. Este conteúdo deve ser claro, relevante e adaptado ao público-alvo, facilitando o entendimento dos processos e contribuindo para a construção de uma imagem positiva e colaborativa da área de Operações.

3) Consistência

A comunicação deve ser coerente e constante em todos os canais, utilizando uma linguagem que seja de fácil entendimento para todos os envolvidos. A consistência na comunicação ajuda a criar uma imagem sólida e confiável da área de Operações, garantindo que todos os stakeholders estejam alinhados e bem informados.

Isso inclui desde a apresentação de relatórios e KPIs até a participação em reuniões estratégicas, sempre mantendo uma abordagem clara e transparente.

4) Mindset de parceria

O sucesso de uma empresa depende da colaboração entre suas principais áreas: MarketingComercial Operações. Cada uma dessas áreas traz uma perspectiva única e essencial para o negócio. Enquanto o Marketing entende o produto e o Comercial conhece o cliente, a área de Operações é responsável por produzir e entregar o serviço.

É fundamental que Operações se veja como parte integrante de uma equipe maior, com um objetivo comum. Este mindset de parceria promove a colaboração: o conhecimento técnico é combinado com insights de mercado e necessidades do cliente, criando soluções mais eficazes e integradas.

Para que aconteça essa sinergia entre as partes, é importante que haja:

  • Confiança e respeito mútuo;
  • Transparência de intenções;
  • Compartilhamento de princípios e valores;
  • Espírito de equidade (não existe área mais importante que outra);
  • Um objetivo em comum.

Uma liderança operacional é fundamental para gerir a complexidade da operação e potencializar o negócio.

5) Fonte de receita

Quando há valor percebido, conteúdo de qualidade, consistência e mindset de parceria, a organização passa a ter uma operação muito eficiente, que é reconhecida não como centro de custo, mas como fonte de receita. E isso representa:

  • Redução das perdas;
  • Eficiência de estoque;
  • Menor ruptura;
  • Maior atendimento;
  • Mais vendas;
  • Aumento no nível de serviço e satisfação do cliente;
  • Maior fidelidade;
  • Aumento de produtividade.

“Uma operação eficiente não só reduz custos, mas também melhora a qualidade do produto ou serviço, aumenta a satisfação do cliente e, consequentemente, fideliza clientes e aumenta a lucratividade. Esse reconhecimento deve ser promovido internamente para que toda a empresa entenda a importância estratégica da área de Operações no sucesso do negócio”, diz Sergio Sampaio, Vice-presidente de Operações do Grupo Boticário.

O resultado é uma área de Operações de ponta.

Quais os elementos de um setor de Operações de ponta?

As áreas de operações que realmente se destacam são aquelas capazes de equilibrar a gestão eficiente das atividades diárias com uma visão estratégica para o futuro.

Esse equilíbrio é alcançado através do desenvolvimento de habilidades duplas: a atenção aos detalhes operacionais do dia a dia e a capacidade de planejar estrategicamente a longo prazo. Para isso, é fundamental sair da zona de intenção e criar uma agenda formal que permita dedicar tempo de qualidade ao planejamento estratégico das operações.

No caso do Grupo Boticário, esse planejamento abrange desde análises SWOT até o desenvolvimento de planos de ação detalhados, garantindo uma abordagem estruturada e orientada para resultados.

Há ainda outros pontos importantes:

  • Maturidade de Operações: estabelecer e comparar a maturidade de operações com outras empresas permite identificar gaps e oportunidades de melhoria, garantindo que a empresa esteja sempre alinhada com as melhores práticas do setor.
  • Reconhecimento e capacitação: a formação contínua é essencial para o desenvolvimento das equipes de Operações. “As áreas de Operações de ponta dedicam de 3 a 4,5% do tempo do profissional para formações. E não somente para treinamentos obrigatórios, mas outros como Black Belt, gestão da mudança, formação de dados, academia de suprimentos, entre tantos outros”, diz Sergio.
  • Times de alto desempenho: a criação de times de alto desempenho, com formação em gestão autônoma, é um diferencial para empresas de Operações de ponta. Esses times são capacitados para tomar decisões de forma independente, aumentando a eficiência e a agilidade das operações.
  • Comunicação fluida: manter uma comunicação constante e transparente é essencial para o engajamento e alinhamento das equipes. No Grupo Boticário, programas como “Fale Agora, Fale Sempre” e “Team Culture” são ferramentas valiosas que permitem coletar feedbacks regulares e manter um diálogo aberto com os colaboradores.
  • Ambiente seguro e confortável: garantir que todas as fábricas e centros de distribuição ofereçam as mesmas condições de segurança e conforto que qualquer ambiente da empresa é uma característica distintiva de uma área de operações de excelência.
  • Implementação de IA: operações de ponta estão cada vez mais adotando tecnologias avançadas para se manterem à frente no mercado e preparadas para os desafios futuros.

Convite para construir o futuro e garantir o presente

Esses são os pilares que sustentam um setor de Operações bem-sucedido e orientado para o futuro.

Para explorar ainda mais essas ideias e aprender com líderes do setor, convidamos você a acompanhar os eventos promovidos pela CICLO Academy. Acesse aqui!

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