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Em muitos setores da economia, o transporte de carga exige muito mais do que precauções básicas. Ele pede soluções inovadoras e uma colaboração intensa entre transportadoras, seguradoras, autoridades de segurança e clientes. Os riscos são complexos: vão desde o aumento de assaltos a cargas de alto valor até o impacto ambiental que alguns produtos transportados podem causar.
E, nesse contexto, a gestão de risco já não se resume apenas a sistemas de rastreamento e vigilância — ela inclui um arsenal tecnológico e estratégico muito mais robusto, somado a práticas sustentáveis que protejam o meio ambiente e as comunidades ao longo do caminho.
Para entender mais a fundo como empresas estão lidando com esses desafios, conversamos com dois especialistas: Almir Galdi, Gerente Executivo de Gestão de Riscos da Tegma, que nos trouxe insights sobre as práticas contra roubos de carga, e Rafael Bica, Diretor de Procurement América do Sul da Indorama Ventures – Indovinya, que abordou as soluções voltadas para a segurança ambiental no transporte de produtos químicos.
Estratégias para reduzir roubos e garantir segurança ambiental no transporte de cargas
1) Soluções para prevenção de roubos
Atualmente, o roubo de cargas é um dos principais desafios no setor de transporte, especialmente para produtos como eletrônicos, celulares, vestuário, pneus e medicamentos, que possuem alto valor de mercado e são de fácil distribuição. Para enfrentar esse risco, bem como identificar e neutralizar os receptores dessas cargas, Almir Galdi explica que as empresas precisam ter respostas mais coordenadas e eficientes.
“A colaboração entre transportadoras, clientes e forças de segurança é fundamental no combate ao roubo de cargas. Essa atuação pode ser intensificada por meio do compartilhamento de informações, adoção de tecnologias integradas e desenvolvimento de estratégias conjuntas de prevenção. Falta, porém, maior integração entre as diferentes esferas das forças de segurança (municipais, estaduais e federal)”, diz Almir.
Hoje, as soluções mais eficazes incluem a elaboração de Planos de Gerenciamento de Riscos, desenvolvidos em conjunto pelas seguradoras, embarcadores e transportadores. Entre as recomendações, o ideal é que esses planos prevejam:
- Uso de tecnologias de rastreamento, como GPS e sensores;
- Definição de rotas homologadas;
- Delimitação de áreas;
- Estratégias como escolta armada em casos de alto risco;
- Horários de circulação e paradas para descanso.
Compartilhar informações sobre incidentes e suspeitas de atuação de quadrilhas ajuda a formar uma rede de alerta. Esse tipo de cooperação entre transportadoras e seguradoras contribui para a criação de um sistema de resposta rápida a incidentes, em que qualquer movimentação suspeita é monitorada e reportada em tempo real.
2) Segurança ambiental e sustentabilidade no transporte de cargas
Outro aspecto crítico do transporte de carga é a segurança ambiental, especialmente com relação aos produtos químicos que, em caso de vazamento ou acidente, podem causar danos significativos ao meio ambiente e à saúde pública.
Rafael Bica, da Indorama Ventures – Indovinya, explica que o primeiro passo para minimizar esses riscos é escolher transportadoras que sigam rígidos protocolos de segurança, como o sistema SASSMAQ, da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
O SASSMAQ estabelece padrões de saúde, meio ambiente, segurança e qualidade, que devem ser rigorosamente seguidos. Além disso, a empresa implementou um plano abrangente de gerenciamento de riscos que exige conformidade rigorosa.
“Temos uma rotina e metodologia de avaliação de riscos que busca evitar problemas como desgaste prematuro de pneus e questões relacionadas à segurança dos motoristas, que precisam trabalhar conforme a Lei do Motorista”, diz Rafael. Em casos de acidentes, há ainda um plano de atendimento de emergência com suporte especializado, minimizando o impacto ambiental e promovendo uma resposta rápida e eficiente.
O diretor também destacou duas iniciativas que visam reduzir as emissões e otimizar o uso de recursos. São elas:
1ª) Utilização de caminhões movidos a GNC (Gás Natural Comprimido), que emitem 30% menos CO₂ que o óleo diesel;
2ª) Uso de veículos com quarto eixo, que permitem transportar mais produtos por viagem, reduzindo as emissões em até 8%.
Essas estratégias evidenciam como a sustentabilidade e a segurança ambiental podem andar de mãos dadas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a operação logística.
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A gestão de risco no transporte de cargas evoluiu para um sistema colaborativo, em que tecnologia, estratégias bem definidas e práticas sustentáveis se somam para mitigar os riscos de roubo e minimizar o impacto ambiental.
A inovação em segurança vai além da proteção de ativos — ela promove um compromisso com a sustentabilidade e com a proteção de comunidades e ambientes.
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