Neste conteúdo, Arthur Hill, da Movimenta Serviços Logísticos, nos guia em estratégias para ajudar os embarcadores na hora de contratar o transporte para sua empresa. Ele não apenas discute alternativas inovadoras para melhorar o transporte rodoviário no Brasil, mas também revela como questões como a sustentabilidade estão moldando o cenário logístico nacional.
A importância do planejamento estratégico na hora de contratar o transporte
Um planejamento estratégico bem executado na contratação do transporte em indústrias e empresas de diversos setores tem o potencial de desencadear melhorias na operação. Estamos falando de:
- Maior eficiência operacional;
- Mais agilidade para se adaptar às mudanças de mercado;
- Gestão de risco mais qualificada;
- Desenvolvimento de visão de longo prazo, entre outras.
Para Arthur Hill, dentre todos esses benefícios, a prioridade dos embarcadores deve ser a busca por adaptação às mudanças de mercado. Entretanto, essa flexibilidade é justamente o ponto mais desafiador na otimização do transporte. “O planejamento precisa antecipar a demanda para um adequado dimensionamento de capacidade — tipos e tamanhos de frotas”, acredita.
Além disso, o planejamento estratégico deve considerar cenários com novas práticas, tecnologias e modelos de negócio, como é o caso da “uberização” do frete, fenômeno em que a tecnologia de aplicativos móveis é utilizada para conectar diretamente os usuários que precisam de serviços de frete com os prestadores de serviços de transporte.
Similar ao modelo da Uber para transporte de passageiros, a “uberização” do frete permite que empresas contratem serviços de transporte de carga de forma rápida e conveniente, muitas vezes contornando intermediários tradicionais.
E os embarcadores também precisam estar atentos aos movimentos no mercado fornecedor de transportes, tais como fusões e aquisições, primarização de autônomos, transformação digital, entre outros.
“Este entendimento, previsão e análise das mudanças de mercado determina como escolher a modalidade de transporte, como definir o nível de terceirização, como selecionar o modelo de contratação e como gerenciar o ajuste tático da capacidade de transportes”, reforça o profissional.
5 alternativas para aumentar a eficiência do transporte rodoviário no Brasil
Especialista no tema, Arthur Hill avalia a alta dependência do Brasil em um único modal de transporte — no caso, o transporte rodoviário — e sugere alternativas para diversificar e aumentar sua eficiência.
1. Revisão regular e sistemática da malha logística
Nesta revisão, devem ser definidos número e localização ótimos de instalações logísticas, tais como fábricas, centros de distribuição (CDs) e terminais de carga.
2. Transporte colaborativo
Com maior colaboração no carregamento de cargas, seria possível reduzir o fenômeno dos “quilômetros vazios”, ou seja, situações em que caminhões viajam sem transportar nenhum item — geralmente no retorno após uma entrega em um CD ou loja.
3. Coordenação de tempos e movimentos das frotas
Com o investimento em torres de controle, seria viável uma coordenação mais eficiente do movimento das frotas, com monitoramento do tempo e outros fatores críticos para o transporte. Isso poderia ser feito tanto com frotas próprias quanto com terceirizadas.
4. Ciência de dados
Investir em ciência de dados também é uma sugestão para aumentar a eficiência do transporte rodoviário. Ela tem o potencial de trazer mais eficácia para o planejamento e programação de transportes — com destaque para modelos de roteirização.
5. Unitização de cargas
O desenvolvimento de padrões para unitização de cargas, como os containers, poderia facilitar o transporte intermodal de produtos industrializados, acredita Hill.
Mais sustentabilidade no transporte: iniciativas que já existem e exemplos de como avançar
As questões ligadas à ESG (Ambiental, Social e Governança) já vêm impactando as
decisões estratégicas no setor de transporte, especialmente no que diz respeito aos combustíveis utilizados e na sua gestão.
Um exemplo é a formação e capacitação de motoristas em direção econômica para reduzir o consumo de combustíveis. A renovação de frotas com novas tecnologias de combustível, como GNV, biogás, hidrogênio ou veículos elétricos, também já começa a fazer parte da realidade das empresas.
Mas há alternativas que poderiam ser exploradas. Entre elas, um planejamento responsável de rotas, com a maximização da porcentagem de ocupação dos veículos, que pode reduzir o número de viagens e, consequentemente, de veículos em trânsito.
A minimização de distâncias percorridas, que reduz diretamente o consumo de
combustível, além do tempo em rota, é outra alternativa de planejamento de percursos. A redução de tempos “mortos”, com o veículo parado, também é uma possibilidade a ser explorada. “Reduz o número de veículos requeridos, além de racionalizar a jornada do motorista”, finaliza Hill.
Participe da LogisCarga 2024!
Chegamos ao final deste conteúdo sobre planejamento estratégico de transportes, um dos temas que certamente será debatido em maior profundidade na 15ª Conferência de Transportes LogisCarga 2024, promovida CICLO Academy.
O evento, que acontece nos dias 22 e 23 de outubro de 2024, em São Paulo (SP), vai explorar modelos avançados de gestão de transportes multimodais para enfrentar os desafios e transformações da demanda no cenário logístico brasileiro. As conferências abordarão temas como otimização de custos, aumento da competitividade e elevação do padrão de serviço com soluções inovadoras.
Além disso, a LogisCarga 2024 contará com uma feira de negócios, na qual os principais fornecedores de serviços e soluções em Operação Logística, tecnologias em Supply Chain e seus subsistemas estarão presentes.
A conferência também disponibilizará espaço para networking e trocas de experiências entre profissionais do setor, e um business lounge para quem precisar se dedicar ao trabalho entre uma palestra e outra.
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