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Como as embalagens podem redefinir a logística e impactar o custo?

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CICLO Academy

06 nov 2024
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Ativo 9-8
08 e 09 de Abril de 2025

Insights de liderança, networking de elite e inovações disruptivas

Quando falamos sobre cadeia de suprimentos e logística, nem sempre a embalagem recebe o destaque que merece. Ainda vista por muitas empresas como aquele “custo inevitável”, ela pode ser, na verdade, um dos grandes diferenciadores estratégicos para eficiência operacional e a lucratividade.

Mais do que proteger produtos, as embalagens desempenham papel fundamental na cadeia de suprimentos, afetando o custo dos pallets, o armazenamento de estoque e até a emissão de CO₂. E, para otimizar o lucro, é importante que as empresas entendam não só o custo unitário de produção das embalagens, mas também o seu impacto financeiro no transporte.


A escolha correta pode significar menos caminhões na estrada, menos emissões de carbono e, claro, mais competitividade no mercado.


Mas o que realmente está em jogo quando falamos de embalagem no transporte? E por que tantas organizações ainda subestimam o impacto que escolhas de embalagens podem ter sobre suas operações e resultados financeiros?

Em conversa com Rafaella Rufino, Gerente de Desenvolvimento e Inovação da Smurfit Westrock, exploramos como inovações tecnológicas, ferramentas de simulação e estratégias de design estão revolucionando a forma como as empresas gerenciam suas embalagens, potencializando a eficiência logística e minimizando o impacto ambiental. A Smurfit Westrock é especializada em soluções de embalamento e líder global em embalagens sustentáveis.


A escolha da embalagem e seu impacto nos custos

Escolher a embalagem mais barata na hora de definir o acondicionamento dos produtos, pensando unicamente em custo unitário, pode parecer uma economia a curto prazo, mas pode custar caro a médio e longo prazos. A embalagem adequada pode transformar todo o processo logístico.

“Há casos em que uma embalagem tem um custo unitário maior, mas pode ser mais econômica em outros aspectos logísticos, como paletização, armazenamento e transporte”, aponta Rafaella. É uma questão de lógica simples: se uma embalagem permite carregar mais produtos por caixa e, consequentemente, por pallet, menos espaço será usado e, assim, mais produtos poderão ser transportados por caminhão.

A embalagem otimizada reduz a necessidade de armazenamento e diminui o número de viagens necessárias para a distribuição. Isso impacta diretamente o custo de transporte e também a pegada de carbono.

− Sustentabilidade e logística: uma nova relação entre embalagem e transporte

Sustentabilidade deixou de ser uma palavra da moda e já se tornou uma necessidade operacional. Empresas que enxergam as embalagens como parte da estratégia ESG (Environmental, social and Governance) já estão colhendo resultados tangíveis. Reduzir a quantidade de materiais utilizados nas embalagens e otimizar o espaço de transporte contribui significativamente para a redução das emissões de CO₂ — e outros impactos ambientais.

Rafaella destaca um exemplo recente do trabalho da Smurfit Westrock com a Cappellaro Fruits, empresa de hortifruti com origem em Pernambuco. Graças à otimização do processo logístico por meio de embalagens mais inteligentes, a empresa conseguiu reduzir em 63 toneladas as emissões anuais de CO₂.

Isso porque o número de caminhões necessários para transportar a mesma quantidade de embalagens caiu de 48 para apenas 3. Antes, caixas de EPS eram transportadas montadas até o cliente; atualmente, com a substituição por papelão, elas podem ir desmontadas.

“É o tipo de mudança que transforma a logística em uma vantagem competitiva”, enfatiza Rafaella. O cliente apresentou seus desafios à Smurfit Westrock, que identificou oportunidades e ofereceu soluções sob medida.

Além do custo com o transporte, a mudança trouxe outros benefícios. Entre eles, a redução de espaço de armazenagem dessas embalagens até o momento do envase com as frutas — afinal, embalagem de papelão desmontada ocupa menos espaço.

Os desafios por trás da escolha de embalagens: evitando os erros mais comuns

Apesar da tecnologia e do conhecimento disponíveis para o desenvolvimento de embalagens, muitas empresas ainda cometem alguns erros. “Desenvolver a embalagem do produto sem considerar a logística de transporte é um dos maiores equívocos que ainda vemos no mercado”, explica Rafaella.

Ela defende que o design da embalagem deve começar pensando no transporte e na distribuição, o que envolve trabalhar em estreita colaboração com fornecedores de embalagens desde o início do desenvolvimento do produto. “Cada milímetro da largura e comprimento fazem diferença nessa escolha”, complementa.

Outro erro comum é o subdimensionamento das embalagens. Escolher uma caixa maior do que o necessário pode não apenas aumentar os custos com materiais, mas também reduzir a densidade de carga, desperdiçando espaço no transporte.

A paletização inadequada também é um problema frequente, já que, muitas vezes, não contribui para a resistência da caixa. É fundamental que as empresas treinem seus colaboradores para que saibam identificar a melhor forma de paletização sugerida pelo fornecedor, e assim obter estruturas mais leves que protejam o produto de maneira eficiente.

E também é necessário, claro, pensar na embalagem além do transporte: como a marca será exposta no ponto de venda? Considerando que o consumidor leva, em média, 15 segundos para decidir qual produto comprar, é importante garantir a visibilidade adequada, a partir de um olhar que mescla design e capacidade de transporte.

Otimização da cubagem: o novo foco das operações logísticas

Otimizar a cubagem — ou seja, maximizar o uso do espaço disponível nos veículos de transporte — é um dos principais desafios das operações logísticas modernas. E é aqui que a tecnologia faz toda a diferença.

Ferramentas avançadas de simulação, como o Pack Expert da Smurfit Westrock, permitem que as empresas testem a resistência das embalagens e simulem as condições reais de transporte antes de colocarem a operação em prática.

“Essas tecnologias ajudam a visualizar como as embalagens vão se comportar em situações de pressão, impacto e movimentação. E, ao mesmo tempo, otimizam a disposição dos produtos, garantindo que cada centímetro cúbico seja aproveitado”, diz Rafaella.

Além disso, soluções como o Impackt medem a eficiência das embalagens em termos de uso de materiais, custo de transporte e impacto na emissão de CO₂. Isso possibilita uma gestão mais assertiva e sustentável das operações logísticas, atendendo clientes na redução das emissões do escopo 3 (cadeia de fornecimento).


O que podemos esperar de inovação para embalagem e transporte?

Materiais inteligentes, como papéis com barreiras contra umidade e superfícies antiderrapantes, já são uma realidade. E, nos próximos anos, espera-se que novas tecnologias, como embalagens autoadaptativas e monitoramento de carga em tempo real, se tornem parte essencial das operações logísticas.

“Olhando para frente, o setor de embalagens está evoluindo não só para ser mais eficiente, mas para ser mais inteligente. A inteligência artificial e a análise de big data estão transformando a forma como pensamos em logística. O futuro das embalagens será cada vez mais integrado à tecnologia”, projeta Rafaella.

Você sabia que há muitas outras tendências e novidades disponíveis no mundo da logística e do transporte? Entre os dias 22 e 23 de outubro, em São Paulo (SP), você pode ficar por dentro das principais atualizações do setor na 15ª Conferência LogisCarga.

O evento contará com insights de especialistas e cases referências do mercado. O foco é transformar a logística da sua empresa em vantagem competitiva para o negócio e obter os melhores resultados.


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