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Digital Twin: o futuro (presente) da eficiência no supply chain e no varejo

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CICLO Academy

06 maio 2025
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21 de Maio de 2025

Liderança estratégica, conexões de alto nível e o futuro do Procurement.

O conceito de Digital Twin — ou gêmeo digital — não é exatamente novo. Ele surgiu na indústria para simular processos, testar hipóteses e antecipar falhas antes de qualquer ação no mundo físico. Mas, recentemente, essa tecnologia cruzou a linha de montagem e ganhou o centro das discussões sobre supply chain e varejo.

Inclusive, na NRF 2025, o maior evento de varejo do mundo, o termo esteve presente — e com força! Dos palcos às vitrines de soluções, os Digital Twins surgiram como uma das promessas mais transformadoras do setor.

E não por acaso: estamos falando de uma tecnologia que combina dados em tempo real, inteligência artificial e poder computacional para criar réplicas virtuais fiéis de operações logísticas, estoques, canais de venda e até experiências do cliente.

O que é Digital Twin, afinal?

Um Digital Twin é uma representação virtual de um processo, sistema ou ativo físico. Ele coleta dados em tempo real, simula cenários e antecipa comportamentos. Na prática, é como se tivéssemos um “clone” inteligente da operação, capaz de prever problemas, testar soluções e apoiar decisões baseadas em dados — tudo isso antes que qualquer ação seja tomada no mundo real.

Por que agora? O que muda no varejo e na cadeia de suprimentos

Conversamos com Marcelo Steffen, especialista da McKinsey, para entender por que os Digital Twins estão ganhando tanta força neste momento. Segundo ele, dois grandes fatores destravaram essa evolução: necessidade crescente de visibilidade e agilidade frente à complexidade das cadeias e avanço da base tecnológica no supply chain.

Vamos explicar melhor!

1º) Complexidade crescente das cadeias

As cadeias de suprimentos estão mais complexas: múltiplos fornecedores, pressões por redução de custo, aumento das exigências de serviço ao cliente e riscos crescentes de abastecimento.

Para lidar com tudo isso, é preciso mais do que visibilidade — é necessário ter agilidade para reagir. Os Digital Twins trazem inteligência estratégica, simulando cenários, antecipando riscos e orientando decisões com base em otimização.

2º) Avanço das tecnologias funcionais

A popularização de soluções como WMS, TMS e OMS (que ajudam a gerir a logística de uma empresa),  somada à maior acessibilidade de plataformas em nuvem com alto poder computacional, criou a base necessária para viabilizar o uso dos Digital Twins. Hoje, é possível coletar dados mais granulares e confiáveis para alimentar esses modelos com maior precisão.

Como o Digital Twin está sendo usado hoje

As aplicações são diversas, mas separamos dois usos que merecem destaque atualmente na cadeia de suprimentos.

1) Gestão de estoque, planejamento e otimização

O Digital Twin ajuda a prever rupturas, testar variações de demanda e definir políticas de reabastecimento com base em dados históricos e em tempo real.Simulações de cenário permitem testar decisões estratégicas sem riscos. O modelo virtual mostra o impacto financeiro de servir clientes com diferentes canais ou estruturas logísticas, ajudando a tomar decisões com mais confiança.

Na prática

Marcelo Steffen compartilha o caso de uma grande empresa de CPG (bens de consumo embalados), que precisava crescer mantendo (e melhorando) o nível de serviço, ao mesmo tempo que enfrentava grande pressão para reduzir custos.

Para suportar a tomada de decisão, adotaram Digital Twin para simular mudanças no modelo operacional. Foram testadas diferentes estruturas de atendimento (direto, indireto, cross-dock), rotas, alocação de mão de obra e até o mix de transportadoras.

“O resultado foi uma redução de custos de cerca de 14%, com ganhos em capacidade de CDs próprios, gestão de pátio e uso de transportadoras”, conta Marcelo.

2) Experiência do cliente

Com dados de vendas, navegação e comportamento, os Digital Twins permitem simular jornadas de consumo e personalizar a experiência de forma escalável. O Walmart, por exemplo, já utiliza um warehouse digital para treinar a IA em cenários críticos, evitando gargalos e maximizando a eficiência — e, por consequência, melhorando a entrega final ao cliente.

E quais são os desafios de implementação?

Apesar do enorme potencial, implementar um Digital Twin exige superação de barreiras.  Entre elas:

  • Falta de alinhamento com o C-level, que leva à despriorização do tema e subutilização da tecnologia;
  • Falta de entendimento dos objetivos-fim e do impacto financeiro que o Digital Twin pode gerar – sob risco de se criar uma paixão pelo meio e não pelo fim. Ou seja, foco excessivo na tecnologia, e não nos resultados;
  • Escolha de casos muito complexos no início, o que pode minar o sucesso de implementação e adoção;
  • Baixa maturidade de dados e ausência de infraestrutura adequada;
  • Falta de investimento nas equipes tanto para manter e melhorar a solução, quanto para evoluir o modelo e os processos.

Por onde começar? 5 passos recomendados pela McKinsey!

1) Entenda o conceito

Muitos profissionais ainda não têm completo entendimento do que é um Digital Twin.  Garanta que todas as partes interessadas compreendam o que é a tecnologia e como ela se conecta aos objetivos estratégicos da empresa.

2) Alinhe com o C-Level

Mostre o impacto financeiro e operacional que o Digital Twin pode gerar. Ganhos com redução de custo, aumento de margem, eficiência ou mitigação de riscos precisam estar claros desde o início. A McKinsey acredita que, se um investimento não traz um impacto claro – financeiro, ambiental ou social – não faz sentido persegui-lo.

3) Avalie a maturidade tecnológica

Avalie o readiness tecnológico, principalmente sobre granularidade e qualidade de dados. É preciso ter uma base mínima de dados estruturados. Mas cuidado para não transformar isso em uma desculpa para adiar a iniciativa.

4) Escolha casos de uso com alto valor e baixa complexidade

Priorize os casos de uso que trazem maior valor, e que têm maior facilidade de aplicação. Começar a jornada por casos com alta probabilidade de sucesso é um incentivo — e fundamental para dar certo.

5) Planeje a sustentação do modelo

Por fim, entenda que Digital Twin não é um projeto pontual. É um copiloto estratégico que exige manutenção contínua, talentos capacitados e visão de longo prazo, além de investimento.

Digital Twin é tecnologia, mas também é cultura

A discussão sobre Digital Twins nos leva a uma provocação feita logo no primeiro dia da NRF 2025: já sabemos que dados são importantes. Porém, dados não são estáticos — e nossas análises também não podem ser.

O Digital Twin é mais do que uma tecnologia de simulação. Ele representa uma mudança de mentalidade: sair do reativo e caminhar para o preditivo, do achismo para a tomada de decisão orientada por dados.

E, se o presente já mostra resultados, o futuro só tende a acelerar. Na CICLO, o tema do Digital Twin foi destaque no Pit Stop Supply Chain, e será aprofundado em outros encontros ao longo do ano. Fique por dentro das tendências mais estratégicas para o varejo e a logística! Acesso nosso calendário de eventos e acompanhe as próximas discussões. Clique aqui!

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