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Em janeiro de 2025, Donald Trump assumiu novamente a presidência dos Estados Unidos. Seu retorno marca uma transição importante para o comércio global — e, consequentemente, para as cadeias de suprimentos. Empresas que operam no setor logístico e de supply chain precisam estar atentas às mudanças e se preparar para os desafios que estão por vir.
Conhecido por suas políticas protecionistas e pelo foco na agenda “America First”, Trump promete agitar Washington com medidas imediatas, algumas das quais já estão em andamento (como o anúncio de tarifas de importação de 25% sobre aço e alumínio). O impacto não será limitado à economia americana, mas também afetará mercados internacionais, especialmente países com estreitas relações comerciais com os EUA, como o Brasil.
Recentemente, em um discurso na Flórida, Trump mencionou o Brasil como parte de um grupo de países que “taxam demais” os produtos americanos. Isso coloca o Brasil em uma posição delicada, uma vez que a imposição de tarifas sobre exportações brasileiras, como aço e alumínio, pode voltar ao radar, trazendo impactos em setores-chave da economia brasileira.
Quais seriam as implicações para o Brasil de uma sobretaxa?
Uma eventual ampliação das tarifas dos EUA sobre o Brasil teria impactos significativos. Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos movimentou US$ 80,9 bilhões, posicionando os Estados Unidos como o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.
Caso os EUA imponham tarifas ao Brasil, tanto a indústria quanto o agronegócio podem ser afetados. Esse cenário gera incertezas que impactam diretamente as operações de supply chain e transportes no comércio global.
Conversamos com uma especialista no assunto: Karin Schöner, presidente da JAS Brasil. Reconhecida por sua ampla experiência e liderança no setor de logística e transporte, ela compartilha sua visão sobre o contexto global. Mais do que isso: mostra como manter a competitividade e aumentar a resiliência diante de possíveis mudanças repentinas.
4 cenários emergentes no comércio global nas operações de supply chain
Com a chegada do novo governo norte-americano e o aumento das tensões geopolíticas globais, o cenário das operações de supply chain e transportes no comércio internacional se tornou ainda mais complexo. As empresas precisam se preparar para vários cenários possíveis:
1) Alteração nas tarifas e requisitos comerciais: a revisão de acordos comerciais pode levar a alterações nas tarifas e nas exigências para importação e exportação, forçando as empresas a ajustar suas cadeias de suprimento.
2) Possível redução na disponibilidade de mão de obra: políticas mais restritivas de imigração e trabalho podem reduzir a disponibilidade de mão de obra, resultando em custos mais altos e impulsionando a automação.
3) Mudança nas rotas de transporte: tensões geopolíticas, como as que envolvem os EUA e a China, podem alterar rotas comerciais importantes como no Oriente Médio ou no Mar do Sul da China, o que aumenta os custos e os prazos de entrega.
4) Fortalecimento da segurança cibernética: a crescente ameaça de ataques cibernéticos exigirá investimentos em novas tecnologias de proteção de dados, aumentando os custos operacionais.
O impacto dos custos de transporte no supply chain
O aumento nos custos de transporte internacional tem um impacto direto na cadeia de suprimentos, afetando o preço final dos produtos e a competitividade das empresas. O crescimento das tarifas de frete, impulsionado pela escassez de capacidade no transporte marítimo e pelas flutuações nos preços do petróleo, pode pressionar as margens de lucro.
Para lidar com isso, as empresas precisam repensar suas estratégias logísticas. Isso inclui:
- Revisar contratos com fornecedores;
- Otimizar estoques;
- Explorar modais de transporte alternativos.
Outro ponto importante é o fato de fatores externos também influenciarem a alta dos custos. Eventos climáticos extremos, como furacões e inundações, por exemplo, afetam diretamente a infraestrutura de transporte, tornando as operações mais suscetíveis a interrupções. Para minimizar os efeitos dessa instabilidade, ela recomenda o uso de tecnologias avançadas.
De maneira geral, as empresas podem adotar algumas práticas para mitigar os custos e manter sua competitividade:
> Revisar base de fornecedores e diversificar rotas
Manter uma rede ampla de fornecedores e opções de rota aumenta a flexibilidade e permite uma adaptação mais rápida a crises geopolíticas ou mudanças econômicas.
> Contratos de longo prazo com gatilhos, visando parceria
Firmar contratos estratégicos com transportadoras pode garantir tarifas mais estáveis, minimizando o impacto das flutuações de preços.
> Priorizar sustentabilidade e inovação
Investir em práticas sustentáveis e parcerias com países vizinhos pode reduzir custos, além de fortalecer a imagem da empresa em um mercado que valoriza práticas responsáveis.
> Uso de tecnologias avançadas
Big data e inteligência artificial podem ajudar a otimizar rotas e monitorar o transporte em tempo real, permitindo ajustes rápidos em situações de crise (inclusive climáticas).
Como a tecnologia pode ajudar a superar desafios de 2025?
A tecnologia desempenha um papel fundamental na superação dos desafios econômicos e geopolíticos que estão moldando o comércio global. Karin destaca que a inteligência artificial e a análise de big data podem ajudar as empresas a prever possíveis impactos nas rotas comerciais e nos preços de commodities, analisando tendências históricas e comportamentais.
A IA permite que as empresas ajustem suas operações proativamente, minimizando danos antes que eles ocorram. Tecnologias como rastreamento e blockchain também garantem maior transparência e segurança nas operações logísticas.
“Na JAS, adotamos ferramentas de rastreamento e monitoramento que ajudam nossos clientes a otimizar suas cadeias de suprimento. O JAS SmartHub, por exemplo, oferece visibilidade completa de ponta a ponta, permitindo que as empresas acompanhem navios, escalas e até saturações de portos em tempo real. Além disso, o JAS SmartHub integra diversos sistemas e plataformas, criando uma solução inteligente e fluida que oferece uma experiência de usuário de alta qualidade”, conta Karin sobre as soluções da empresa.
A automação e a IA podem transformar a tomada de decisões estratégicas, oferecendo soluções rápidas e precisas para ajustar as estratégias de abastecimento e logística em tempos de volatilidade econômica e geopolítica.
O segredo é acompanhar o mercado
O retorno de Donald Trump à presidência dos EUA traz consigo uma série de incertezas e desafios para o comércio global. A chave para a adaptação a esse novo cenário está na capacidade de antecipar, inovar e se adaptar às constantes mudanças do ambiente econômico e geopolítico.
Para isso, nada melhor do que estar atualizado sobre as melhores práticas do setor. A CICLO promove eventos e debates com especialistas, proporcionando um espaço para que profissionais de supply chain possam trocar experiências e se preparar para as transformações do mercado. Fique atento (a) nos próximos eventos e garanta que sua empresa esteja um passo à frente!
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