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Impactos da nova gestão de Trump para o supply chain: o que esperar?

autor

Karin Schöner

16 fev 2025
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Ativo 9-8
08 e 09 de Abril de 2025

Insights de liderança, networking de elite e inovações disruptivas

Em janeiro de 2025, Donald Trump assumiu novamente a presidência dos Estados Unidos. Seu retorno marca uma transição importante para o comércio global — e, consequentemente, para as cadeias de suprimentos. Empresas que operam no setor logístico e de supply chain precisam estar atentas às mudanças e se preparar para os desafios que estão por vir.

Conhecido por suas políticas protecionistas e pelo foco na agenda “America First”, Trump promete agitar Washington com medidas imediatas, algumas das quais já estão em andamento (como o anúncio de tarifas de importação de 25% sobre aço e alumínio). O impacto não será limitado à economia americana, mas também afetará mercados internacionais, especialmente países com estreitas relações comerciais com os EUA, como o Brasil.

Recentemente, em um discurso na Flórida, Trump mencionou o Brasil como parte de um grupo de países que “taxam demais” os produtos americanos. Isso coloca o Brasil em uma posição delicada, uma vez que a imposição de tarifas sobre exportações brasileiras, como aço e alumínio, pode voltar ao radar, trazendo impactos em setores-chave da economia brasileira.

Quais seriam as implicações para o Brasil de uma sobretaxa?

Uma eventual ampliação das tarifas dos EUA sobre o Brasil teria impactos significativos. Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos movimentou US$ 80,9 bilhões, posicionando os Estados Unidos como o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.

Caso os EUA imponham tarifas ao Brasil, tanto a indústria quanto o agronegócio podem ser afetados. Esse cenário gera incertezas que impactam diretamente as operações de supply chain e transportes no comércio global.

Conversamos com uma especialista no assunto: Karin Schöner, presidente da JAS Brasil. Reconhecida por sua ampla experiência e liderança no setor de logística e transporte, ela compartilha sua visão sobre o contexto global.  Mais do que isso: mostra como manter a competitividade e aumentar a resiliência diante de possíveis mudanças repentinas.

4 cenários emergentes no comércio global nas operações de supply chain

Com a chegada do novo governo norte-americano e o aumento das tensões geopolíticas globais, o cenário das operações de supply chain e transportes no comércio internacional se tornou ainda mais complexo. As empresas precisam se preparar para vários cenários possíveis:

1) Alteração nas tarifas e requisitos comerciais: a revisão de acordos comerciais pode levar a alterações nas tarifas e nas exigências para importação e exportação, forçando as empresas a ajustar suas cadeias de suprimento.

2) Possível redução na disponibilidade de mão de obra: políticas mais restritivas de imigração e trabalho podem reduzir a disponibilidade de mão de obra, resultando em custos mais altos e impulsionando a automação.

3) Mudança nas rotas de transporte: tensões geopolíticas, como as que envolvem os EUA e a China, podem alterar rotas comerciais importantes como no Oriente Médio ou no Mar do Sul da China, o que aumenta os custos e os prazos de entrega.

4) Fortalecimento da segurança cibernética: a crescente ameaça de ataques cibernéticos exigirá investimentos em novas tecnologias de proteção de dados, aumentando os custos operacionais.

O impacto dos custos de transporte no supply chain

O aumento nos custos de transporte internacional tem um impacto direto na cadeia de suprimentos, afetando o preço final dos produtos e a competitividade das empresas. O crescimento das tarifas de frete, impulsionado pela escassez de capacidade no transporte marítimo e pelas flutuações nos preços do petróleo, pode pressionar as margens de lucro.

Para lidar com isso, as empresas precisam repensar suas estratégias logísticas. Isso inclui:

  • Revisar contratos com fornecedores;
  • Otimizar estoques;
  • Explorar modais de transporte alternativos.

Outro ponto importante é o fato de fatores externos também influenciarem a alta dos custos. Eventos climáticos extremos, como furacões e inundações, por exemplo, afetam diretamente a infraestrutura de transporte, tornando as operações mais suscetíveis a interrupções. Para minimizar os efeitos dessa instabilidade, ela recomenda o uso de tecnologias avançadas.

De maneira geral, as empresas podem adotar algumas práticas para mitigar os custos e manter sua competitividade:

> Revisar base de fornecedores e diversificar rotas

Manter uma rede ampla de fornecedores e opções de rota aumenta a flexibilidade e permite uma adaptação mais rápida a crises geopolíticas ou mudanças econômicas.

> Contratos de longo prazo com gatilhos, visando parceria

Firmar contratos estratégicos com transportadoras pode garantir tarifas mais estáveis, minimizando o impacto das flutuações de preços.

> Priorizar sustentabilidade e inovação

Investir em práticas sustentáveis e parcerias com países vizinhos pode reduzir custos, além de fortalecer a imagem da empresa em um mercado que valoriza práticas responsáveis.

> Uso de tecnologias avançadas

Big data e inteligência artificial podem ajudar a otimizar rotas e monitorar o transporte em tempo real, permitindo ajustes rápidos em situações de crise (inclusive climáticas).

Como a tecnologia pode ajudar a superar desafios de 2025?

A tecnologia desempenha um papel fundamental na superação dos desafios econômicos e geopolíticos que estão moldando o comércio global. Karin destaca que a inteligência artificial e a análise de big data podem ajudar as empresas a prever possíveis impactos nas rotas comerciais e nos preços de commodities, analisando tendências históricas e comportamentais.

A IA permite que as empresas ajustem suas operações proativamente, minimizando danos antes que eles ocorram. Tecnologias como rastreamento e blockchain também garantem maior transparência e segurança nas operações logísticas.

“Na JAS, adotamos ferramentas de rastreamento e monitoramento que ajudam nossos clientes a otimizar suas cadeias de suprimento. O JAS SmartHub, por exemplo, oferece visibilidade completa de ponta a ponta, permitindo que as empresas acompanhem navios, escalas e até saturações de portos em tempo real. Além disso, o JAS SmartHub integra diversos sistemas e plataformas, criando uma solução inteligente e fluida que oferece uma experiência de usuário de alta qualidade”, conta Karin sobre as soluções da empresa.

A automação e a IA podem transformar a tomada de decisões estratégicas, oferecendo soluções rápidas e precisas para ajustar as estratégias de abastecimento e logística em tempos de volatilidade econômica e geopolítica.

O segredo é acompanhar o mercado

O retorno de Donald Trump à presidência dos EUA traz consigo uma série de incertezas e desafios para o comércio global. A chave para a adaptação a esse novo cenário está na capacidade de antecipar, inovar e se adaptar às constantes mudanças do ambiente econômico e geopolítico.

Para isso, nada melhor do que estar atualizado sobre as melhores práticas do setor. A CICLO promove eventos e debates com especialistas, proporcionando um espaço para que profissionais de supply chain possam trocar experiências e se preparar para as transformações do mercado. Fique atento (a) nos próximos eventos e garanta que sua empresa esteja um passo à frente!

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